Delegado, inspetores, advogado e guarda municipal são presos em Conceição de Macabu
29/03/2012 13:08
Os Agentes da Corregedoria Interna da Polícia Civil (Coinpol) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio estiveram em Conceição de Macabu na manhã desta quinta-feira. A operação foi chamada de “Operação Macabu” que teve como objetivo, cumprir seis mandatos de prisão contra um delegado, três inspetores, um advogado e um guarda municipal. O grupo foi preso por policiais da Corregedoria Interna da Polícia Civil e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado. O bando é acusado de extorsões mediante sequestro, formação de quadrilha armada, roubo, extorsões e usurpação de função pública na forma qualificada.
Trinta e cinco policiais divididos em nove equipes saíram da capital ainda de madrugada para cumprir seis mandados de prisão e nove de busca e apreensão.
De acordo com as investigações da Coinpol e do Gaeco, os denunciados montaram um esquema de arrecadação de vantagens ilícitas na 122ª DP (Conceição de Macabu). A quadrilha, segundo denúncia do Gaeco, simulava a existência de ilícitos, prendendo o suposto criminoso e levando-o para a delegacia.
Um dos presos, é o advogado Pedro Linhares, filho do ex-prefeito da cidade. A organização criminosa, era liderada pelo delegado-titular da 122 DP, Roldenyr Alvez Cravo. De acordo com o Gaeco, Roldenyr quando assumiu a titularidade da DP de Conceição de Macabu, levou com ele sua equipe de confiança, todos denunciados.
Ainda segundo o Gaeco, o advogado Pedro da Costa Linhares usava a profissão de advogado para pressionar as vítimas a pagar os valores exigidos, fazendo-as crer que essa era a melhor maneira, senão a única, de conseguir a liberdade. As investigações demonstraram, ainda, que o guarda municipal de Carapebus José Eduardo Santos fingia ser um policial civil da 122ª DP, dirigindo um carro oficial da unidade e realizando atividades típicas de um agente.
De acordo com a denúncia do Gaeco, em agosto do ano passado, a quadrilha prendeu um comerciante e, por intermédio do guarda municipal, exigiram R$ 25 mil em dinheiro para libertá-lo. “Na ocasião, o denunciado José Eduardo Santos, dirigindo uma viatura oficial da 122ª DP, compareceu à oficina da vítima, onde afirmou que aquele local era utilizado para desmanche de veículos roubados. Obrigada a comparecer à referida delegacia munida de toda a documentação que comprovasse a regularidade do seu estabelecimento comercial, a vítima foi colocada em uma sala no fim do corredor, onde permaneceu com a liberdade restringida. A vítima somente depois de se comprometer a pagar R$ 1.500 foi libertada”, diz um trecho da denúncia.
Em outubro do ano passado, o mesmo comerciante, segundo o Gaeco, foi novamente vítima dos criminosos. A quadrilha exigiu o pagamento de R$ 12 mil em dinheiro para que o depósito de areia do comerciante não fosse interditado. Os denunciados também exigiram a transferência, por meio de contrato, de todo o maquinário empenhado em sua atividade empresarial, como preço para garantir que o depósito de areia da vítima não fosse interditado.