Desapropriação de família gera confusão em Água Preta, SJB
27/03/2013 15:53Do Terceira Via / Fotos: Silvana Rust
Oficiais de justiça, policiais militares e profissionais da secretaria de obras de São João da Barra estiveram na localidade de Água Preta, em São João da Barra, para efetuar a desapropriação de uma família no final da manhã desta quarta-feira (27 de março).
Revoltados, amigos e parentes da família colocaram carros em frente à entrada da residência para que a desapropriação não fosse feita.
Segundo os moradores, a desapropriação aconteceu por causa de uma rede de transmissão de energia que teria, obrigatoriamente, a necessidade de passar pelo local.
De acordo com o lavrador Valdeci da Silva, morador do local, os oficiais de justiça chegaram acompanhados da PM, com tratores e retro escavadeiras para demolir o imóvel. “Eles não apresentaram nenhum mandado. Apenas chegaram e disseram que, se não saíssemos de casa, a polícia iria prender todo mundo”, afirmou.
O filho da dona da casa contou ainda que, após a ameaça de demolição, a dona da casa, a idosa Georgina da Silva Almeida, de 73 anos, passou mal e teve de ser amparada por vizinhos. “Além de idosa, a minha mãe sofre de mal de problema de nervos, hipertensão e depressão. Em um determinado momento, a Polícia Militar quis usar o gás de pimenta para que pudéssemos deixar a casa”, frisou.
Após a confusão, a equipe enviada para a desapropriação e demolição do imóvel foi embora, mas com a promessa de voltar. “Eles disseram que iam voltar nesta quarta-feira ainda. Que íamos ter que sair. Eles não têm coração. Não estão respeitando a minha mãe, que é uma idosa e que sofre de vários problemas de saúde”, desabafou Ivanete da Silva, filha da proprietária da casa.
O defensor público Ricardo de Castro esteve no local. Ele informou que não há nada para ser feito, a não ser tentar a negociação de uma retirada amigável da família do local. Segundo ele, a desapropriação estava tramitando judicialmente desde 2011 e que a decisão judicial terá que ser respeitada. “Mesmo não concordando, eles terão que respeitar a ordem. Infelizmente trata-se de um caso em que a dona da casa depende de amigos e familiares que moram próximo e que sofre de muitos problemas de saúde, mas a justiça optou pela desapropriação. O que nos resta fazer é tentar convencê-los de deixar o local tranquilamente para que não precise haver uma intervenção da polícia”, explicou.
Ricardo Castro disse que tentará adiar a desapropriação da família e a demolição da casa para outra data e que tentará negociar ainda um valor mais alto de indenização para a família. O valor não foi da desapropriação do imóvel não foi divulgado.