Prostituição: Uma velha indústria que não para de crescer
07/10/2013 21:50Esquinas de Macaé são pontos certos para a indústria do sexo.
Reportagem: Luan Santos / Produção: Juliana Fersoza
Enquanto algumas profissionais do sexo, como são chamadas as garotas de programa, são exploradas por agenciadores, outras preferem ser independentes, divulgando seu próprio trabalho em classificados de jornais e internet. Em ambos os casos, a anunciante deve fornecer documento de identidade, para que seja comprovada a maioridade da anunciante e a veracidade das informações contidas no anúncio. O que não ocorre na rua, onde menores de idade podem ser vítimas da indústria do sexo.
Em Macaé, o número de pessoas ligadas a prostituição aumentou nos últimos anos por conta da economia do petróleo na cidade. Grande parte atuam na praça Veríssimo de Melo e na Rua da Praia, próximo a sede da Prefeitura, mais precisamente no mercado de peixe.
No local não é difícil encontrar uma menor de idade. Camila, como a apelidamos para preservar sua identidade original, tem 17 anos e já está no ramo há mais de cinco meses. Ela conta que realiza este tipo de trabalho para ajudar em casa. “Já tenho um filho. Venho para a rua tentar ganhar para colocar comida em casa. Tem dias que chego em casa feliz por saber que poderei comprar o leite do meu filho. É um trabalho ainda não aceito na sociedade, mas é dele que eu vivo para colocar comida na mesa”, conta.
Em época de grandes tecnologias, existe até o “sexo virtual”, que funciona através de sites, no formato de filmes, web cam ao vivo e por telefone.
Carla, de 36 anos, já está trabalhando há 11 anos nas ruas Macaenses e conta que muitas garotas realizam este tipo de trabalho para ajudar a família e ter o que comer. E que muitas delas aguardam aparecer um homem que a faça sair da rua, mas enquanto não aparece, continuam no trabalho.
O Brasil, que irá sediar a Copa do Mundo, deve ficar atento, pois países que cediam esses eventos acabam sofrendo um agravamento no número da prostituição.
Segundo o estudo da fundação francesa, na África do Sul, local que sediou a última Copa, o número de prostitutas no país aumentou em 40 mil pessoas durante o evento. Denúncias da atuação de garotas de programa e travestis na área central de Macaé chegaram ao Ministério Público Estadual e a Câmara Municipal, dando conta de que hotéis e pousadas servem de colaboradores para o comércio de prostituição. No ano passado, houve uma reunião com o tenente coronel do 8º Batalhão da Polícia Militar, Ramiro Campos.