Vereadores de Carapebus rejeitam proposta que visava criar cursos técnicos gratuitos

23/12/2013 19:24

Proibição de filmagem da sessão vira polêmica.

Por Juliana F. / Foto: Reprodução Facebook (Arquivo Pessoal)

Na noite da última quarta-feira (18),  vereadores de Carapebus se reuniram na Câmara municipal para discutir e votar o orçamento para o ano de 2014. Na ocasião duas polemicas em pauta: a proibição por parte do presidente da casa, o vereador Juninho Luna (PT) e outros seis vereadores, dos cidadãos filmarem os trabalhos e posicionamentos de cada vereadores e, as emendas do jovem vereador Bernard Tavares (PROS) num valor aproximado de R$ 4.500.000,00 (quatro milhões e quinhentos mil reais) para a implantação de cursos técnicos profissionalizantes.

Iniciada a sessão, que contava com a presença de aproximadamente cem cidadãos, o vereador Juninho Luna impediu os populares de fazerem as filmagens da sessão, muito embora não haja nenhum tipo de restrição no regimento interno da Câmara. O vereador Bernard Tavares protestou: “Isso é uma afronta a democracia pois não há nenhuma restrição quanto a filmagem no regimento desta casa! Isso é tanto uma arbitrariedade quanto um absurdo! Em Macaé as sessões são transmitidas em tempo real via internet. Em Quissamã as sessões são transmitidas via rádio para os cidadãos. E aqui os senhores não permitem. O que o senhores temem vereadores? Essa casa guarda segredo do povo carapebuense?”, questionou o vereador, que logo em seguida, ouviu  dos demais vereadores que eles irão vetar de vez no regimento a possibilidade de filmagem.

 Na sequência da sessão o que se viu foi uma tentativa frustrada e cômica dos vereadores, a mando do prefeito, de tentarem debater e atacar o vereador Bernard Tavares e suas emendas para criação dos cursos técnicos profissionalizantes. O vereador Mariano Selém (PPS), apesar de estar no seu quarto mandato, mostrou completo desconhecimento das questões orçamentárias ao sugerir que em uma das suas emendas o vereador Bernard estaria retirando dinheiro do transporte universitário, quando na verdade a emenda do jovem vereador se referia a um valor de R$ 2.000.000,00 (dois milhões) a serem retirados da secretaria de Transporte de um total aproximado de R$ 2.400.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil) que estariam destinado a compra de material de escritório e que nada tinham haver com o valor do transporte universitário que estava orçado na Educação. Já o vereador Luciano Deut (PMDB) provocou risos na assistência ao não saber a diferença entre CPF (cadastro de pessoa física) e CNPJ (cadastro nacional de pessoas jurídica). Disse o vereador: “O trabalho do prefeito Amaro é excelente! Muito bom! Ele limpou o CPF da prefeitura. Vou votar no orçamento original sem aprovar as emendas do vereador Bernard porque o prefeito merece o meu crédito! Eu não tenho medo de soco na mesa!”

No fim da sessão o vereador Bernard ainda tentou em vão sensibilizar os demais vereadores, argumentando: “como pode o município gastar com publicidade e marketing  mais que o dobro que irá investir em educação técnica profissionalizante? Como pode a secretaria de controle interno, que não passa de uma sala com quatro ou cinco funcionários e é comandada pelo cunhado do presidente desta casa, ter quase o triplo do valor da educação técnica profissionalizante para comprar papel e caneta? Como pode o transporte investir R$ 1.700,00 ano em uma frota de carros sucateados e gastar quase R$ 2.500.000,00 (dois milhões e meio de reais) em material de escritório enquanto vamos investir menos de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil) em educação profissionalizante? As minhas emendas estão corrigindo os erros maldosos desse orçamento. Se os senhores estiverem com o povo e se amarem essa cidade, votaram a favor das minhas emendas e ajudaram cerca de quinhentos a seiscentos cidadãos carapebuenses a terem uma profissão para não ficarem dependentes de cestas básicas e assessorias de prefeitura. Eu voto para libertar esse povo e dar a eles um futuro. E os senhores, votam com o povo ou contra o povo de carapebus?”, indagou em vão. As emendas foram rejeitadas pelos vereadores Mariano Sélem (PPS), Tuti (PPS), Valdecy (PRB), Daniel (PRB), Renato Silva (PMDB), Deut (PMDB) e Juninho Luna (PT). A vereador Dilcinha (PSC), esposa do candidato de oposição nas eleições de 2012, Anselmo Prata (PSC), sequer compareceu a sessão. Os vereadores e o prefeito de Carapebus perderam uma ótima oportunidade de investirem na educação e profissionalização do povo da cidade. Talvez prefiram ter um povo ignorante e dependente debaixo dos pés para nas próximas eleições se manterem no poder.